A qualidade de vida no trabalho representa uma das mais recentes preocupações, no âmbito da gestão contemporânea, uma vez que é no trabalho que grande parte da vida é passada e, para a maioria dos indivíduos, trabalhar não é uma opção, mas sim uma necessidade. Ela se refere ao bem-estar das pessoas no contexto de trabalho, o que repercutirá no desempenho individual e, conseqüentemente, no alcance dos objetivos organizacionais.
Porém, a busca pela QVT não é nova, de acordo com Rodrigues (1994, p.76), “a qualidade de vida no trabalho tem sido uma preocupação do homem desde o início de sua existência, com outros títulos em outros contextos, mas sempre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem estar ao trabalhador na execução de sua tarefa”.
O conceito de QVT refere-se à preocupação com o bem-estar geral e a saúde dos trabalhadores no desempenho de suas tarefas. Envolve tanto os aspectos físicos e ambientais como os aspectos psicológicos do local de trabalho.
A qualidade envolve uma constelação de fatores, tais como a satisfação com o trabalho executado; as possibilidades de futuro na organização; o reconhecimento pelos resultados alcançados; o salário percebido; os benefícios auferidos; o relacionamento humano dentro do grupo e da organização; o ambiente psicológico e físico de trabalho; a liberdade e responsabilidade de decidir e as possibilidades de participar.
A gestão da qualidade total nas organizações depende fundamentalmente da otimização do potencial humano, isto é, depende de quão bem as pessoas se sentem trabalhando na organização. A QVT representa em que grau os membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais através do seu trabalho na organização.
A importância das necessidades humanas varia conforme a cultura de cada indivíduo e cada organização. Portanto, a QVT não é determinada apenas pelas características individuais (necessidades, valores, expectativas) ou situacionais (estrutura organizacional, tecnologia, sistemas de recompensas, políticas internas), mas sobre tudo pela atuação sistêmica dessas características individuais e organizacionais.
Contudo, para lidar com a evolução das perspectivas sobre QVT é preciso promover algumas mudanças no perfil dos gestores das empresas, isto devido à necessidade de habilidades mais complexas, que vão além da gestão voltada para a qualidade, a produção, a comunicação e as estratégias de negócios. O gestor da QVT precisa conhecer o lado humano da organização, entender de pessoas, entender a importância do significado do trabalho, dos treinamentos e projetos de educação para o trabalho, além das novas tecnologias e todo o conhecimento sobre o mercado de trabalho no qual a organização está inserida.
Portanto, o papel do gestor, apontando para o que chama de “novas competências gerenciais”, necessárias para lidar com a perspectiva atual nas organizações de trabalho, relacionada à melhoria das condições de trabalho, à saúde física e psicológica dos trabalhadores e a responsabilidade social. A representação de uma nova “competência gerencial” é caracterizada por um “tripé conceitual” que envolve: conhecimento, técnicas/habilidades e estratégias ou atitudes, vistos numa perspectiva de interfaces, de diálogos com ambientes globalizados, de “integração comunitária, organizacional e da pessoa no trabalho”.
Assim, um programa de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), deve atingir todos os níveis, direcionando esforços para a canalização da energia disponível para o comprometimento humano. Para tanto, é necessário canalizar esforços para alcançar qualidade, mas sem esquecer o comprometimento humano e que as pessoas são a peça mais importante da organização. Com isso haverá qualidade e qualidade de vida no trabalho.
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